Relatório do Seminário virtual de integração entre os projetos dos núcleos de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul conduzidos no âmbito do Objetivo 6 do Plano de Ação Territorial (PAT) Planalto Sul, em formato digital – PRODUTO 4 do contrato.
Relatório do Seminário virtual de integração entre os projetos dos núcleos de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul conduzidos no âmbito do Objetivo 6 do Plano de Ação Territorial (PAT) Planalto Sul, em formato digital – PRODUTO 4 do contrato.

Associação Vianei de Cooperação e Intercâmbio no Trabalho, Educação, Cultura e Saúde (AVICITECS)

CONTRATO 002940-2022 AVICITECS

Lages (SC), 19 julho de 2022. 

Produto elaborado no âmbito do Projeto Pró-Espécies.

  • Apresentação 

O objeto do presente contrato consiste em contratação de serviços para atender o objetivo específico 6 que é fortalecer as cadeias produtivas sustentáveis que conservem e restaurem a vegetação nativa. Os produtos esperados deste projeto são parte integrante da ação 6.6 do Plano de Ação Territorial (PAT) Planalto Sul do Projeto Pró-Espécies: Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas. Esta ação tem como objetivo promover o fortalecimento da cadeia do pinhão como referência para as demais cadeias produtivas, considerando a conservação pelo uso de Araucaria angustifolia, da floresta ombrófila mista (FOM) e dos campos de altitude. 

O produto 4 do contrato 002940-2022 consiste na relatoria do seminário virtual de integração entre os projetos dos núcleos de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul conduzidos no âmbito do objetivo 6 do Plano de Ação Territorial do Planalto Sul, em formato digital. O seminário ocorreu em ambiente virtual e contou com a participação da Cadeia Solidária das Frutas Nativas do Rio Grande do Sul.

O produto será disponibilizado em formato digital e compartilhado com a equipe técnica da WWF, as entidades, instituições públicas e pessoas que participarem do evento e a coordenação do Plano de Ação Territorial do Planalto Sul.

  1. Equipe 

O produto 4 foi redigido pelo consultor Natal João Magnanti.

  1. Metodologia

O seminário ocorreu de forma virtual considerando a realidade da pandemia decorrente do Coronavírus (Covid-19). A Associação Vianei está comprometida com as medidas de isolamento social como forma de prevenção e combate a pandemia e cumpriu recomendação contratual que orienta esse procedimento. Portanto, o evento ocorreu de forma virtual para evitar o contato direto dos participantes. A programação foi elaborada para conter o máximo de diversidade de atores sociais que interagem com as cadeias produtivas do pinhão e das frutas nativas no âmbito do território do Plano de Ação Territorial do Planalto Sul. 

  1. Atividade 

A organização do evento foi realizada pelo Centro Vianei de Educação Popular contando com a equipe técnica da entidade para realizar o processo de facilitação, transmissão e gravação do evento.

O seminário foi transmitido ao vivo pelo canal do You Tube do Centro Vianei.
Acompanharam o evento assinaram a lista de presença 40 pessoas de diversas instituições públicas e privadas. As 15 horas e três minutos ocorreu o pico de presenças no seminário. Naquele momento 161 pessoas estavam assistindo a transmissão e em média permaneceram cerca de 50 minutos no evento. O seminário teve a duração de 3 horas, 47 minutos e 13 segundos.

O evento foi gravado e pode ser acessado pelo link https://www.youtube.com/watch?v=uliaLKhwe_0&list=PLZx0c4reEVYVqPWsSm1lRFzrgsH7c7wqq&index=1

Em 19 de julho de 2022 o seminário contava com 11.104 visualizações e um tempo médio de 52 minutos por visualização atestando o alcance do evento. 

O objetivo geral do seminário foi apresentar e discutir as oportunidades e dificuldades para o desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Pinhão na abrangência do Plano de Ação Territorial do Planalto Sul. O evento foi realizado em 24 de junho – sexta-feira, começando às 14h e terminando às 18h. 

Programação do evento

  1. Abertura e objetivo: Natal Magnanti (Centro Vianei – Lages/SC) 
  2. Apresentações: 

1 – Plano de Ação Territorial – Planalto Sul: Leonardo Urruth (Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura – SEMA/RS) 

2 – Grupo de Trabalho (GT) do Pinhão de São Joaquim e Região: Ilton Carvalho (Sindicato da Agricultura Familiar – SINTRAF/São Joaquim e Região) 

3 – Projeto de pesquisa manejo da araucária para produção de pinhão: Alexandre Siminski (Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC – Campus Curitibanos/SC)

4 – Processamento de pinhão: Patrícia Leite representando a Agroindústria Pinhões Garcia de São José do Cerrito/SC. 

5 – Políticas públicas federais para o pinhão: Política de Garantia dos Preços Mínimos dos Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM Bio) e Leilão pra Você. Maria de Lourdes Nienkoetter e David Dalponte (Superintendência Companhia Nacional de Abastecimento CONAB – São José/SC) 

6 – Comercialização direta nas rodovias: Antônio Milton Amarante (Bocaina do Sul/SC) 

7 – Cadeia solidária das frutas nativas: Alvir Longhi (Centro de Tecnologias Alternativas Populares – CETAP/RS) 

8 – Diagnóstico da cadeia produtiva do pinhão: Natal Magnanti (Centro Vianei – Lages/SC)

  1. Plenária entre os apresentadores e os participantes via chat/perguntas e respostas
  2. Encaminhamentos, avaliação e encerramento

Dificuldades levantadas pelos participantes do seminário na cadeia produtiva do pinhão

1 – Alta taxa de informalidade na cadeia produtiva do pinhão em especial na comercialização do produto in natura por parte dos extrativistas.

2 – Dificuldade de os atacadistas emitirem a contra nota quando a comercialização é efetuada com a emissão da nota de produtor rural (NPR) fiscal pelos extrativistas.

3 – O preço mínimo do pinhão está defasado em função do aumento dos custos de produção (mão de obra para extração, combustíveis, energia elétrica, embalagem …). Faz-se necessária a atualização do valor o preço mínimo da PGPM Bio.

4 – Baixa utilização de políticas públicas entre elas o antigo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e atual Programa Alimenta Brasil (PAB), especialmente a modalidade Formação de Estoque, a Política de Garantia dos Preços Mínimos da Sociobiodiversidade (PGPM Bio) e também o fornecimento do pinhão e seus derivados para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) por parte dos extrativistas de pinhão

5 – Insegurança e alto risco de acidentes no trabalho dos extrativistas na etapa de extração do pinhão. 

6 – Como podemos tirar a araucária da lista das espécies ameaçadas de extinção?

7 – Situação problema detectada pelos extrativistas e pela pesquisa é da diminuição da produção de pinhão pela alta regeneração de indivíduos dentro dos Sistemas Agroflorestais (SAF´s) por causa da impossibilidade legal de corte da araucária. Ocorre adensamento de indivíduos de pinheiro brasileiro, os galhos começam a secar e ocorre tendência a diminuição da produção de pinhão na área. O grande número de indivíduos de araucária competindo nas áreas de regeneração pode comprometer a produção ao longo do tempo.

9 – Dificuldades na logística de distribuição do produto se tornando um alimento caro aos olhos dos comerciantes que fazem a distribuição no varejo. A distância, por exemplo para venda e entrega do produto no Alto Vale com o aumento do combustível encarece o produto o que dificulta a aquisição por parte da maioria da população. 

10 – O pinhão processado ainda é caro por ser um alimento com valor agregado, o que causa certa dificuldade de venda nos diferentes mercados. 

11 – Baixo conhecimento do produto in natura e ainda mais do produto processado em algumas regiões de Santa Catarina e dos demais estados que não tem o pinhão inserido na sua cultura alimentar. 

13 – Um grande desafio é o processo organizativo dos extrativistas, tendo em vista que há poucas organizações coletivas formais e informais atuando na região de abrangência do Plano de Ação Territorial do Planalto Sul (PAT Planalto Sul).

14 – Qual o formato de cadeia produtiva que se almeja? Quais são os atores centrais na condução da cadeia produtiva? O ideal são cadeias produtivas com alta participação e protagonismo social. Um desafio é que os protagonistas da cadeia produtiva sejam os extrativistas e os grupos sociais ou organizações que estão processando e comercializando os produtos segundo a experiência do CETAP. 

15 – Como se constrói o preço justo para cada elo da cadeia produtiva pensando no desenvolvimento do espaço territorial, inserindo a economia solidária como novo paradigma?

16 – Outra dificuldade é o dimensionamento dos equipamentos e a adequação deles para o processamento dos produtos. Qualificar e ampliar a escala de processamento que vai demandar mais da extração? Inserção de novas famílias nos processos produtivos. Que tipo de extração e dimensionamento para manter outras demandas ambientais, sociais e culturais do território e de sua gente.

17 – A escala pequena e grande uso de mão de obra no processamento encarecem o produto final.

18 – Foi levantado que algumas informações veiculadas na mídia sobre a cadeia produtiva especialmente o preço são incorretas.

19 – Dificuldade no armazenamento do pinhão porque estraga rápido e mesmo que seja armazenado em câmara fria o pinhão vai perder o brilho o que vai influenciar negativamente na comercialização 

20 – O pinhão depois de processado não tem uma tributação específica e vai como outros o que dificulta a comercialização para outros estados ou redes de supermercados.

 

Demandas apresentadas pelos palestrantes e público do seminário 

1 – Revisão do Sistema de Cadastro Nacional de Produtores Rurais (SICAN), que é o público do Programa de Aquisição de Alimentos, Cooperativas, Associações e demais agentes, de abrangência nacional. O público-alvo são todos os agentes, pessoas físicas ou jurídicas, que tenham interesse em participar das políticas públicas executadas pela Conab.

2 – Conscientização e trabalho de base junto aos extrativistas para evitar acidentes e mortes na atividade de extração do pinhão no campo.

3 – Como conhecer mais sobre as diferentes paisagens onde a araucária está presente e sobre a intervenção humana através do manejo das populações desta espécie.

4 – É desejável, viável e legal o manejo de araucárias em sistemas agroflorestais?

5 – O manejo de araucárias em sistemas agroflorestais traz benefícios para a espécie e o produtor?

6 – Quais os instrumentos que o Plano de Ação Territorial (PAT Planalto Sul) possui para auxiliar na estruturação de cadeias produtivas da sociobidiversidade? 

Oportunidades apresentadas pelos palestrantes e público do seminário

1 – Existe alta potencialidade dos produtos não madeireiros nos territórios nos quais o pinhão está inserido que podem ser utilizados na forma de: a) Produtos alimentares; b) Óleos essenciais e hidrolatos; c) Produtos da tinturaria onde também a araucária está presente

2 – Potencialidade de restauração ambiental com sistemas agroflorestais e com as espécies nativas que compõem da sociobiodiverdade da floresta ombrófila mista da Mata Atlântica.

3 – Existe uma demanda de mercado pelos produtos oriundos da cadeia produtiva do pinhão, embora haja dificuldade de acessar as estruturas de distribuição constituídas no mercado convencional. 

4 – Possibilidade do Plano de Ação Territorial Planalto Sul continuar apoiando os diversos elos da cadeia produtiva do pinhão. 

5 – Destacar as propriedades alimentares e nutrientes do pinhão como a vitamina B, os minerais como o Zinco e os compostos ômega 6 e 9. 

6 – A rodovia BR 282 é um local de movimento intenso de pessoas que funciona como local de venda direta do pinhão e seus derivados. Isso associado ao agroturismo e a possibilidade de aquisição de outros alimentos/produtos regionais tem alta potencialidade de comercialização no mercado não convencional. 

7 – Implementação de projetos de diversas instituições públicas e privadas que estão ocorrendo no interior do território do Plano de Ação Territorial Planalto Sul. 

8 – Projeto de pesquisa em andamento sobre a conservação pelo uso da araucária em sistemas agroflorestais coordenado pela Universidade Federal de Santa Catarina e com a participação de diversos parceiros privados e públicos. Que é uma das paisagens onde a araucária está presente no território do Plano de Ação Territorial Planalto Sul.

9 – Utilização de sistemas agroflorestais por parte dos extrativistas de pinhão no território do Plano de Ação Territorial Planalto Sul.

10 – O pinhão possui múltiplos usos na alimentação humana, portanto há um longo processo para ser trabalhado que vai agregando valor para o produto e para o território (receitas doces, e ampliar o uso do pinhão em receitas salgadas, farinha, conserva de pinhão.

Perguntas no chat do evento

1 – Ana Saupe​.  Existe algum levantamento de áreas de coleta? Os coletores coletam em área própria ou de terceiros?

Alexandre fala do perfil dos extrativistas – 3 perfis, os agricultores que tem terra e coletam nas suas propriedades, os extrativistas que colhem nas propriedades de outros agricultores familiares e os extrativistas que não são proprietários e vendem a sua força de trabalho para agricultores familiares e patronais sendo moradores do rural ou da cidade.

Dificuldade/limitação de mão de obra para a colheita como grande risco/limitação para a cadeia produtiva do pinhão para o médio e longo prazo. Isso envolve o risco na extração por causa da falta de mão de obra qualificada e a relação custo benefício que dependendo do ano o valor do pinhão não vale a pena a extração porque concorre com outras atividades que podem proporcionar uma renda melhor. Uma certa sobreposição com a colheita da maçã.

Natal – A importância do extrativismo para os não proprietários que moram no rural e no urbano. E atualmente são a força de trabalho para realizar parte significativa da extração do pinhão em áreas privadas onde os proprietários ou não podem mais fazer. E volta a questão da obtenção da DAP extrativista para não proprietários. 

Natal – Epagri vinculou na mídia televisiva durante a Festa Nacional do Pinhão a produção de 6.000 toneladas de pinhão na safra de 2022. R$ 4,00 kg (preço médio praticado pelos extrativistas) x 6.000.000 kg = R$ 24.000.000,00 de receita bruta somente com a comercialização do produto in natura.

2 – Carlinda Fischer Mattos. ​Sr. Ilton, quais são as agroindústrias de São Joaquim que já poderiam beneficiar o pinhão?

Atualmente são 3 agroindústrias em São Joaquim com sistema de inspeção municipal (SIM).

3 – Carlinda Fischer Mattos. ​Sr Ilton: é realmente preocupante a situação de insegurança dos coletores de pinhões. Talvez a qualificação desse pessoal com as técnicas desenvolvidas pelos praticantes de escaladas possa ajudar.

É necessário um trabalho de base e conscientização para o trabalho de extração realizado pelos extrativistas.

4 – Maiz Bortolomiol Dias.​ Boa tarde. Gostaria que comentassem a respeito dos impactos dos agrotóxicos sobre as araucárias/pinhão. Na minha região, Muitos Capões/RS, estamos vendo as árvores secarem ao lado de lavouras.

Os agrotóxicos utilizados em lavouras de milho e soja realmente estão contaminando o pinhão e causam prejuízo na produção.

5 – Tiago Zilles Fedrizzi. ​Parabéns pela iniciativa Patrícia! Aproveito para saber como é feita a construção do preço pago pelo pinhão aos agricultores/extrativistas?

O preço depende da qualidade do produto e da parceria estabelecida durante os anos no fornecimento. O preço é estabelecido entre o produtor e a agroindústria e é balizado pelo preço que é praticado pelos atacadistas que atuam no município.

6 – Tiago Zilles Fedrizzi. ​E no gancho: existe alguma iniciativa mapeada de gestão participativa e organizada de grupos, seja para beneficiamento, comercialização ou mesmo construção do preço dos extrativistas?

Em São José do Cerrito não existe uma iniciativa para essa questão do pinhão, No entanto extrativistas de pinhão de São José do Cerrito e outros municípios do território tem iniciativas de comercialização e processamento em conjunto ao longo do tempo. 

7 – Luís Cláudio Bona​. Parabéns Patrícia pela apresentação. Poderia compartilhar a procedência da máquina de descascar o pinhão?

A máquina foi desenvolvida por um mecânico de Pouso Redondo a partir de uma ideia do Sr, Valdori Garcia. O valor de aquisição foi de aproximadamente R$ 7.000,00 a 8.000,00.

8 – Leonardo Urruth. ​Pergunta aos colegas da CONAB, essas políticas são definidas por Estados, ou são nacionais? por exemplo, valem pro Rio Grande do Sul?

As políticas são nacionais e cada superintendência nos estados opera na sua área de abrangência

9 – Carlinda Fischer Mattos​. Há algum subsídio para o transporte dos produtos a serem comercializados?

A Conab não tem subsídio para transporte do pinhão, somente para a questão da comercialização. A Conab tem uma missão de aumentar a utilização da PGPM Bio e para isso é necessário a emissão da declaração de aptidão ao Pronaf (DAP) e os demais documentos necessários como a nota de produtor rural (NPR). 

10 – Natalia Camargo Rodrigues​. Pergunta para a CONAB: Boa tarde, sobre a Política de Preço Mínimo, gostaria de entender quais são os parâmetros para a definição o preço e se é frequentemente atualizado? Além disto, como promover?

O parâmetro para estabelecer o preço mínimo depende dos custos de produção que são levantados todos os anos no segundo semestre. Os preços são atualizados todos os anos por meio de pesquisa de campo com metodologia própria da Conab. A promoção tem sido realizada por elaboração de cartilhas.

11 – Natalia Camargo Rodrigues. ​Como promover e garantir que seja utilizado pelos extrativistas?

A PGPM Bio é um mecanismo mais usado em determinadas regiões e produtos extrativismo.

12 – Júlio César Stelmach. Reforço a pergunta da Natalia Camargo, também tenho interesse nesta questão.

Natalia, temos uma experiência de sucesso junto ao SINTRAF/São Joaquim que anualmente vem divulgando a PGPM Bio junto aos extrativistas. 

Centro Vianei​. É preciso boa vontade, do poder público, das instituições de assistência, pois é viável e possível! Mas não pode ficar apenas nas mãos de ONGs e Sindicatos.

13 – Tamires Deboni. ​Qual a opinião de vocês sobre o corte da Araucária após finalizado o período de exploração do pinhão? Poderia fortalecer o interesse pelo plantio de árvores (produtos não madeireiros + madeireiros)?

O manejo madeireiro é proibido por lei para espécies em risco de extinção, porém é necessário estudar e delimitar o uso madeireiro em áreas onde comprovadamente a espécie poderia ser utilizada com fins madeireiros. 

Sobre a possibilidade do manejo – resposta do Leonardo no chat e RS mais adiantado em relação a manejo florestal. Em SC está sendo feito a caracterização do manejo da araucária com a possibilidade de conciliar o manejo para produção de pinhão com o manejo madeireiro da espécie. Sendo que a madeira vai ser um outro sub produto do sistema sendo que o foco é a produção de pinhão.

Leonardo Urruth​. Tamires, no RS a Araucária plantada pode ser certificada e depois cortada tanto se for em monocultura, quanto em sistema agroflorestal.

Leonardo Urruth​. Nos SAFs certificados as árvores nativas que regeneram naturalmente podem ser autorizadas, pelo menos uma parte das árvores.

Leonardo Urruth. ​Há também a possibilidade de manejo no SAFs, como por exemplo nos casos que o Prof. Siminski mencionou, da necessidade de manejar, cortando algumas árvores, para diminuir a densidade de indivíduos.

Tamires Deboni. ​Muito interessante Leonardo, vou pesquisar mais a respeito. Muito obrigada

14 – Luís Cláudio Bona. ​Nobre Alvir: parabéns pela fala! Por aqui a peleia vai no mesmo rumo. Pergunto: como têm sido trabalhadas a questão do estímulo aos consumidores no caso dos alimentos da sociobiodiversidade?

Alvir. Estímulo aos consumidores no campo popular como eventos, festas, jantares, com pouco resultado na área comercial. Eventos para o setor da gastronomia se tornou mais efetivo. Rodada de negócios para o setor da gastronomia com comida e bebida. Também se lançou mão de folhetos, instagran, se fez e se continua fazendo. Mas é necessário saber qual é o público que se quer atingir? A estratégia é trabalhar com os donos dos restaurantes, hotéis e chefs de cozinha. Eles vão fazer o papel de divulgar para o usuário dos hotéis, restaurantes …Se for as lojas precisa sensibilizar os donos das lojas para o produto sair. E dar um suporte para as lojas trabalhar isso com os seus clientes. Apostar em mídias de grande alcance para os produtos da sociobiodiversidade, como por exemplo os produtos da cadeia das frutas nativas na RBS do RS. Necessário trabalhar a questão da linguagem nos meios de comunicação para que o público entenda as mensagens que se quer falar. Adequar a linguagem com o público que está sendo sensibilizado. 

Luís Cláudio Bona. ​Ótimas colocações Alvir! Não há uma única via! Concordo contigo!

15 – Marina Bustamante​. Alvir, gostaria de saber como você observa a possibilidade de inclusão social, considerando a informalidade no extrativismo e o alto investimento.

Marina Bustamante ​para atender a legislação sanitária, de produtores que buscam agregar valor ao pinhão?

Alvir. Questão da informalidade. Sabe-se que há muita informalidade no extrativismo como um todo. No entanto na cadeia das frutas nativas do RS isso está sendo revisado para que não ocorra informalidade. Inclusive ter as legalidades do ponto de vista da legislação ambiental para os extrativistas que colhem principalmente nas suas próprias propriedades através da Certificação Florestal via SEMA. Isso dá mais credibilidade para dialogar com os consumidores. Além disso, na cadeia há a regulamentação sanitária e a fiscal dos estabelecimentos para o processamento e comercialização. Não pode entrar os produtos nas agroindústrias sem a nota de compra do produto in natura porque depois a venda do produto processado não tem a origem. E os agricultores que coletam em áreas de terceiros tem que apresentar uma autorização de coleta, mesmo que seja no caderno ou em outro formato menos formal assinada pelo extrativista e pelo dono da propriedade. Para a cadeia produtiva do pinhão sair da informalidade é muito importante.

Leonardo – Trazer mais legalidade para o processo de extrativismo. A Sema tinha a expectativa de atender a demanda do coletor de pinhão com a Certificação Florestal Eles tem aproximadamente 200 propriedades com certificação e somente 30 para extrativismo e aproximadamente 20 são para extração de butiá. Muito incentivado pelos projetos como a rota dos butiazais. Para o pinhão não estão conseguindo atingir o público.

Pensar junto entre SC e RS um formato de certificação/legalização para esse público do extrativismo do pinhão já que o formato atual no RS não está funcionando bem. Pensar a cadeia produtiva é também pensar a profissionalização e a formalização dos processos. Como oferecer uma regularidade para a extração. Como incluir as pessoas nos processos de forma legal. 

16 – Júlio César Stelmach. ​Contato e preço da máquina de descascar o pinhão?

Valor aproximado de R$ 7.000,00 a 8.000,00, sendo que o valor é alto, mas a máquina se paga porque é possível descascar 120 a 160 kg de pinhão cozido em aproximadamente 2 horas. Desta forma diminui consideravelmente o tempo de trabalho e melhora diminui a penosidade do trabalho influenciando na saúde dos trabalhadores. A máquina agrega bastante na produção final do produto. 

17 – Júlio César Stelmach​. Pergunto: Qual a posição dos palestrantes a respeito da araucária de enxerto na cadeia produtiva, com a produção do pinhão a partir do 6 ano com baixa estatura?

Alexandre – sobre enxertia de araucárias é uma tecnologia bem dominada pela Embrapa Florestas de Colombo- PR e pela Epagri de Canoinhas em SC. Duas vantagens – a primeira a diminuição do porte e a segunda a diminuição do tempo para começar a produzir o pinhão. Isso está ligado a novas estratégias de uso da araucária e inserir em sistemas agroflorestais e em áreas de recuperação áreas degradadas e APP pode ser interessante a estratégia da enxertia. Impacto da crise econômica sobre o consumo do pinhão por parte dos consumidores por ele não ser um alimento de primeira necessidade.

Tamires Deboni​. Agradeço pelo esclarecimento Alexandre… foi bom ter esse comparativo de SC com o RS

Júlio César Stelmach. ​Obrigado pela resposta

18 – Tamires Deboni​. Os dados anuais do CONAB de comercialização do pinhão são públicos?

Maria de Lourdes da Conab. Questão de ter programa de rádio sobre a PGPM Bio será levada a conhecimento da direção da Conab e para a diretoria de Marketing em Brasília. Concorda que é preciso divulgar mais a PGPM Bio

No link Política de garantia de preços mínimos PGPM-BIO https://www.conab.gov.br/precos-minimos/pgpm-bio

19 – Luís Cláudio Bona. ​Agradeço a resposta! Aqui no Caparaó temos uma boa “mancha” de pinhão. Mas o interesse pela PGPM engloba a Juçara e outras frutas nativas. Vou fazer contato com a CONAB aqui. Obrigado!

Para o Espírito Santo não tem PGPM para pinhão, somente para outros produtos pequi e mangaba

A questão de incluir o estado do Espírito Santo como produtor de pinhão na PGPM Bio depende de mapeamento das áreas de produção do estado

20 – Tamires Deboni. ​Esse livreto de receitas de pinhão está publicado de forma digital?

Centro Vianei​. O livro com receitas doces e salgada pode ser acessado pelo site do Centro Vianei. http://vianei.tecnologia.ws/site/

Centro Vianei​na aba Projetos, temos Projetos executados, onde clicando vocês podem acessar parte de nossos materiais.

Centro Vianei​. Aqui no YouTube temos uma excelente Play list com uma série de documentários bastante didáticos sobre o pinhão.

Júlio César Stelmach​m, @Tamires Deboni Se vc se refere ao livro da Embrapa é gratuito para download. https://www.embrapa.br/en/busca-de-publicacoes/-/publicacao/982272/o-pinhao-na-culinaria

Centro Vianei​Tamires segue o link para baixar http://vianei.hospedagemdesites.ws/ww…

Centro Vianei. ​Júlio, o livro referido, é uma publicação produzida pelo Centro Vianei, junto aos extrativistas.

Tamires Deboni​. Muito obrigada. 

21 – Silvio Porto. ​Caro Alvir, entendo a preocupação sobre roubo, mas faço um paralelo com a luta das Quebradeiras de coco babaçu sobre os babaçuais livres, direito de acesso para coleta em áreas privadas.

22 – Tiago Zilles Fedrizzi. ​Natal, obviamente que falando no aspecto comercialização, mas na alimentação praticamente 100% dos agricultores fazem consumo do pinhão.

Tiago Zilles Fedrizzi​. portanto é um item básico, parâmetro fundamental no contexto de insegurança alimentar que paira atualmente.

Natal. Em 2022 entrou na alimentação escolar do estado de SC o pinhão processado. E tem a época de compra que é outra questão 

Centro Vianei. ​Sim Thiago, temos dados sobre isso. De quantos quilos por ano, uma família de extrativistas costuma comer. E atualmente estamos trabalhando propostas para reavaliar e atualizar essas informações.

22 – Ilton Carvalho Sintraf. São Joaquim pergunta sobre a atualização do preço mínimo do pinhão? E sobre capacitação sobre o SICAN. 

Maria de Lourdes Conab – Atualizar o custo de produção do pinhão que vai refletir no aumento do preço mínimo. A Conab vai a campo no segundo semestre e nesta ocasião vai ser coletada a informação sobre o custo de produção. O preço mínimo deve ser divulgado em outubro/novembro de cada ano que serve para o ano seguinte.

Maria de Lourdes Conab. Ofereceu capacitação para o entendimento do SICAN

Fabio SINTRAF São Joaquim coloca o sindicato a disposição para auxiliar na coleta de informações sobre custo de produção na região de atuação. Enfatiza a necessidade da capacitação sobre o SICAN. São 4 organizações em São Joaquim que estão processando pinhão com alvará sanitário, sendo o principal mercado a alimentação escolar do município. E em 2022 houve a interrupção da aquisição por parte da prefeitura porque ocorreu um problema de ordem sanitário em um lote de pinhão processado. IN 10 coloca como preferencial a inclusão de alimentos da sociobiodiversidade na alimentação escolar

Encaminhamentos

1 – Elaboração de um programa de rádio sobre como acessar a PGPMBio para ampliar o acesso à informação desta política pública pela Conab. 

2 – Incentivar as Secretarias Municipais de Educação para incluir o pinhão na alimentação escolar. 

3 – Ampliar o uso de máquinas e equipamentos nos processos de extração, processamento e agroindustrialização para aumentar a produtividade. A mecanização tende a diminuir a penosidade e aumentar o rendimento no trabalho da colheita, transporte, armazenamento e processamento.

4 – Ampliar as iniciativas de organização dos extrativistas nos municípios, tendo como exemplo o Grupo de Trabalho (GT Pinhão) do SINTRAF de São Joaquim e Região de SC. Apesar da insipiente organização dos extrativistas, existem produtores de pinhão que estão ligados a organizações socioeconômicas da agricultura familiar mas como são milhares ainda é baixa a organização e se faz necessário ampliar e qualificar as organizações socioeconômicas dos extrativistas. 

5 – Tema central para a continuidade do trabalho é como aumenta a formalização da cadeia produtiva. para que se possa lançar mão de políticas públicas no território e desta forma alavancar o desenvolvimento mais sustentável da região. Enquanto os setores da cadeia produtiva estiverem a margem da formalização é impossível ampliar o alcance das políticas públicas já existentes para o extrativismo do pinhão. 

6 – Aumentar a utilização de políticas públicas inclusive a PGPM Bio que atualmente é acessada por uma pequena quantidade de extrativistas no território do Plano de Ação Territorial Planalto Sul.

7 – Realizar oficina participativa para elaboração do plano de ação da cadeia produtiva do pinhão, como forma estruturar ações articuladas entre os diversos atores sociais que interagem nos processos de extração, processamento e comercialização. A oficina ficou marcada para 27.07 começando as 09 horas e terminando as 16 horas. 

8 – Discutir com os elos da cadeia produtiva questões como: Quantas agroindústrias nós queremos processando pinhão no território operando sob uma coordenação colegiada composta por todos os elos da cadeia produtiva? Quantos entrepostos para comercialização dentro do território?

9 – Valorizar a venda do pinhão nas rodovias como um importante componente da cadeia produtiva.

 

Avaliação

Leonardo – trabalho muito proveitoso, com outras fontes de informação como o diagnóstico, com a elaboração de um plano exequível.

Maria de Lourdes. Agradeceu o convite, a Conab vai estar à disposição para auxiliar e vamos manter o canal aberto de diálogo. 

Natal – agradecimento a todos especialmente as apresentações muito qualificadas.

Carlinda Fischer Mattos​. Parabéns aos organizadores do evento. Parabéns aos palestrantes. Aprendi muito, e pretendo rever as apresentações gravadas, para processar todas as informações recebidas. Show!

Valdirene Camatti Sartori​, Abraços a todos. Parabéns a todos os envolvidos.

Tamires Deboni. ​Excelente evento! Muito obrigada!

Ulisses Pereira de Mello​. Grande abraço! Excelente evento!

Marina Bustamante. ​Excelente e necessário evento! Parabéns aos organizadores e palestrantes. A apresentação de todos e todas foram muito esclarecedoras.

Marina Bustamante. ​Abraço pessoal! Foi ótimo ouvir vocês! Obrigada Natal, pelo convite e parabéns a todos e todas pelo trabalho!

Karine Louise dos Santos. ​Parabéns turma!!!!

Tiago Zilles Fedrizzi. ​Grato pelas exposições e parabéns pelo seminário!

Sandra Coelho​. Ótima ideia da oficina

Diully Rafaeli​. Parabéns pela iniciativa 

Diully Rafaeli. ​Parabéns Miltinho… Excelente fala, mostrando a realidade do trabalhador e do seu dia a dia no comércio do pinhão 

Silvio Porto. ​parabéns pela iniciativa

Ana Saupe. ​Parabéns pelo evento, muito interessante e rico de informações.

Luís Cláudio Bona. ​Pessoal! parabenizo a todos e todas que organizaram e participaram desse maravilhoso evento. Tenho outro compromisso agora e assistirei o final mais tarde, pela gravação. Abraços e muito obrigado!

Glaycon Coelho Amarante​Parabéns! Excelente evento 

Marielen Kaufmann​. Parabéns pela organização do evento e pelas excelentes contribuições que se complementam e se qualificam

Tamires Deboni​. Adorei ouvir sobre a experiência de vocês Patrícia! Parabéns!

Júlio César Stelmach​. Parabéns aos organizadores do seminário, muito pertinente os assuntos abordados.

Ulisses Pereira de Mello​. Acompanhando a atividade desde Erechim, UFFS. Parabéns pelo evento!

Alexandre Siminski. ​Também agradeço o debate, e o acolhimento dos agricultores/extrativistas de toda região

Centro Vianei. ​Agradecimento especial a Sandra, esposa do seu Miltinho, a Patrícia enteada do seu Valdori, a Nicolle sobrinha da Sandra e do seu Miltinho.

Centro Vianei​. É a força das mulheres dando suporte a vida, a família e ao trabalho!